Apresentação, Motos MXGP

Apresentação, Motos MXGP

O Mundial de Motocross pega fogo nas duas categorias, a MXGP e MX2, e nas mãos dos candidatos aos títulos, máquinas incríveis e poderosas, e decidimos apresentar para vocês as “vedetes” do campeonato, os protótipos que as fábricas entregam para suas equipes oficiais, verdadeiras obras-primas da tecnologia moderna.

No Mundial de Motocross, além de toda a expectativa quanto à performance dos candidatos ao título da temporada, muitos fãs anseiam visualizar as motocicletas utilizadas pelos protagonistas do Mundial. Temos certeza que todo amante do motocross fica ansioso para ver as máquinas das fábricas, então decidimos apresentar os modelos da Honda, Husqvarna, Kawasaki, KTM, Yamaha, e Triumph, que foram entregues aos seus pilotos, na busca de vitórias e de títulos em 2024.
Confira a seguir as imagens dessas maravilhosas e incríveis motocicletas e os mais importantes detalhes que cada uma. Se delicie com essa matéria, conferindo o que cada modelo oferece, e descubra os itens únicos que somente os protótipos das fábricas apresentam.
Honda CRF 250RW – Ferruccio Zanchi

HONDA – Para esta nova temporada, a Honda entregou aos seus pilotos da categoria MXGP uma CRF renovada, depois de quatro anos com a mesma motocicleta. O novo modelo que Tim Gajser e Rubén Fernández aceleram neste ano apresenta mudanças no chassi, como no suporte do subquadro, que foi modificado para receber a nova caixa de filtro de ar, bem diferente do modelo anterior. No visual, novas aletas de radiadores, com diferentes saídas de ar, que eram horizontais até na versão anterior e agora apresentam desenho vertical, lembrando os modelos das motocicletas Honda dos anos 1990. Os demais plásticos permaneceram similares ao modelo do ano passado, assim como o braço oscilante. Quanto ao motor, visualmente apresenta o mesmo design, mas comenta-se que recebeu refinamentos internos, que serão repassados para o modelo de série.

No tocante às peças especiais, iniciamos com o tanque de combustível de titânio um pouco mais alto que o banco, com maior volume de combustível, essencial numa prova do Mundial, e a aplicação de material adesivo com mais grip na lateral do chassi, para colaborar na pilotagem do piloto, dando maior aderência às botas. O sistema de suspensão é Showa oficial, sendo a dianteira com o sistema BRFC, com ajustes de compressão e retorno por parafusos, um ao lado do outro; e no amortecedor traseiro e dourado, o pistão tem um tratamento diferenciado na área que desliza internamente para gerar menos atrito e realizar um trabalho mais uniforme. 

As rodas, tanto a dianteira quanto a traseira, apresentam aros DID Black, muito resistentes, com cubos usinados (CNC) e anodizados em vermelho, além de mais resistentes e leves. Neles são montados os pneus da italiana Pirelli, que sempre são preenchidos com mousse. Os freios têm discos em formato “wave”, mordidos pelas pastilhas em pinças Nissin. Na dianteira, o disco de freio é coberto por uma capa de fibra de carbono, e a pinça Nissin é construída a partir de um bloco; na traseira, apenas a pinça de freio tem proteção, de plástico.

Partindo para o motor, no lado direito, onde está a embreagem de acionamento hidráulico da marca Hinson, é possível notar que a tampa é maior, o que denuncia uma quantidade maior de óleo dentro do motor. No lado esquerdo do guidão há um reservatório com um flexível que segue para o bloco. As tampas do motor são de magnésio e a bomba d’agua tem um posicionamento mais vertical. A parte inferior do motor recebe uma proteção em fibra de carbono da marca CRM. A transmissão da potência para a roda é feita por uma corrente DID Gold, que envolve uma coroa Sprox com dois materiais – alumínio (no miolo) e aço – visando durabilidade. A guia da corrente é em carbono, uma peça leve e de alta durabilidade. Já o sistema de escapamento é da marca Yoshimura, modelo RS12, com “bomber” na curva e tampa da ponteira em fibra de carbono.

No guidão da marca Renthal encontramos do lado esquerdo o botão que desliga o motor, acompanhado do seletor de mapas. No lado direito está a partida elétrica. O guidão é preso por uma mesa exclusiva, forjada para esta moto e diferente de outras mesas especiais, sem ser vazada. Vale pontuar que no modelo CRF 250R, pilotado pelo italiano Ferruccio Zanchi, encontramos praticamente os mesmos acessórios exclusivos, contudo o modelo é o mesmo de série.

Husqvarana FC 250 – Lucas Coenen

HUSQVARNA – A Husqvarna tem pilotos que podem disputar títulos no Mundial de Motocross, apesar do seu representante na categoria MXGP, o italiano Mattia Guadagnini, ter perdidos algumas etapas, pois se lesionou semanas antes da abertura. Mas os pilotos da MX2, o belga Lucas Coenen e o holandês Kay de Wolf, também fazem parte da lista dos candidatos ao título da categoria, lembrando que Wolf chegou a liderar a categoria na temporada passada, até se lesionar, enquanto que Coenen garantiu vitórias importantes no campeonato.

A parceira da KTM apresenta plataformas praticamente com as mesmas características dos modelos da cor laranja, mas quando se trata de motos de fábrica, as mudanças são outras. No motor a equipe utiliza o sistema de escapamento da marca norte-americana FMF, modelo Factory 4.1, em titânio, com a curva apresentando “bomber” e tampa do silencioso em fibra de carbono. A embreagem hidráulica utiliza componentes da marca Rekluse. O propulsor apresenta ainda outras peças especiais, como carcaças em magnésio, bomba d’água mais eficiente e toda uma preparação da fábrica, que altera válvulas, comandos, pistão/anel, virabrequim e câmbio, entre outras.

O sistema de suspensão WP XACT é totalmente modificado e produzido pela fábrica, com peças exclusivas. Assim como o amortecedor traseiro, com preparação oficial, haste e mola maiores, além de inúmeras regulagens. As mesas são de fabricação do departamento racing da marca, aliviado e anodizado em azul. O sistema de freios é composto por pinças especiais da marca Brembo, discos da marca MotoMaster com as mesmas medidas da motocicleta original (270 mm e 240 mm) e cilindros mestres especiais, também da Brembo, além de conduítes exclusivos.

A fibra de carbono está presente nos protetores do motor, discos dianteiro e traseiro, pinça de freio traseiro e guia de corrente traseira. A relação é formada por coroa e pinhão da marca Supersprox e corrente RK. O guidão é da marca Pro Taper, sem a barra central. O sistema de largada é da marca da suspensão, a WP, os aros das rodas na cor preta são da Excel, com raios e niples maiores e mais resistentes e cubos (CNC) anodizados em azul. E todos os parafusos foram substituídos por modelos aliviados de titânio, mais leves.

Kawasaki KX 450-SR - Romain Febvre
Kawasaki KX 450-SR – Romain Fevbre

Kawasaki – Nesta temporada a equipe oficial tinha chances de disputar o título com o francês Romain Febvre, mas ele acabou se lesionando e teve que abandonar o campeonato, restando ao estreante da equipe, o suiço Jeremy Seewer assumir a responsabilidade de representar a equipe. O modelo que serviu de plataforma para a equipe, a KX 450 foi totalmente renovada, com novo chassi, motor e ciclística, mas Febvre já tinha utilizado um protótipo na temporada passada com essas características, então a equipe já tinha mais familiaridade com a motocicleta.

A equipe aproveitou todos os pontos positivos estabelecidos da máquina de 2023 e atualizaram, substituíram ou redesenharam as áreas que o vencedor do GP, Romain Febvre , destacado para atenção. O motor do modelo de fábrica, a KX 450-SR tem o trabalho do departamento de competições da Kawasaki, a KRT, sendo que a tração e a aderência também foram um ponto de referência na fase de desenvolvimento e o chassis, a suspensão e as rodas receberam especial atenção para ajudar a precisão, especialmente a aderência e a sensação dianteira. 

A equipe utiliza o sistema de escapamento da famosa marca norte-americana Pro Circuito, todo em titânio, com a tampa do silenciosador em fibra de carbono na cor verde. As carcaças inferiores foram substituídas por peças em magnésio, mais leves e resistentes; sendo que o comando, válvulas, pistão e anel Vertex, e câmbio receberam peças especiais de produção da fábrica. O sistema de embreagem é da Hinson, com sistema mais durável e eficiente, e com tampa do motor com maior capacidade de óleo. Para melhor refrigeração, os radiadores foram substituídos por maiores, assim como as mangueiras e a bomda d’àgua, sendo que para proteger o propulsor, um protetor construído em fibra de carbono.

E em relação à suspensão, uma curiosidade entre seus pilotos, a KRT continua sua abordagem estabelecida em 2024, usando itens de fábrica da Showa para Febvre, sendo que para Seewer , sua motocicleta foi montada em unidades da fábrica Kayaba, sendo que ambos os sistemas apresentam trabalhos de preparação e substituição de peças tanto internamente como externamente, calibradas para cada piloto, respeitando seu estilo de pilotagem.

Outros itens foram substituídos, como as rodas, que forma montadas com cubos em CNC anodizados em marron claro, aros D.I.D., tanque de combustível em fibra de carbono CRM; mesas superior e inferior Xtrig; relação e guidão Renthal; e discos de freio Braking.

As ajudas eletrónicas aos pilotos continuam a crescer em importância e a equipa maximizou a sua eficácia, ao mesmo tempo que proporciona a sensação essencial de controlo geral aos pilotos – um equilíbrio delicado, mas algo que é uma habilidade particular da fábrica, da equipa e dos parceiros técnicos. Os pilotos do KRT KX450-SR têm ao seu alcance controle eletrônico de lançamento para largada de corrida, controle de tração e mapas de ignição comutáveis, todos ativados e monitorados a partir da ECU Motec a bordo.

Rolando mais uma vez com pneus Dunlop precisos e com muita aderência – e apoiado por numerosos patrocinadores técnicos e de produtos – o KRT KX450-SR provou ser um vencedor de corridas. Agora, o desafio para Febvre e Seewer é fazer com que o poderoso SR atravesse a linha à frente do grupo seguinte para garantir o domínio da corrida e do campeonato.

KTM 450 SX-F – Jeffrey Herlings

KTM – Nos modelos da marca austríaca encontramos muitos itens de produção do departamento de competições da KTM, tanto na moto do holandês Jeffrey Herlings, como nas 250s do atual campeão, o italiano Andrea Adamo, e do belga Liam Everts. As mesas são de fábrica, anodizadas em laranja e oferecendo regulagens do suporte do guidão Fat Bar, da Renthal. O suporte do acelerador é da marca Dominio, para melhorar as respostas. As manetes são originais, rígidas (não retráteis). No punho direito encontram-se os botões de partida e engine stop. Não há seletor de mapas de ignição ou controle de tração, sinalizando que tudo é acertado antes de entrar na pista.

O sistema de freios é composto por pinças especiais da marca Brembo, discos com as mesmas medidas da motocicleta original (270 mm e 240 mm) e cilindros mestres especiais, também da Brembo, além de conduítes exclusivos. O sistema de suspensão é outro item fantástico, de dar inveja a muitos oponentes. A equipe utiliza o sistema WP, de propriedade da KTM, com garfo XACT Pro totalmente modificado e produzido pela fábrica, com peças exclusivas. Assim como o amortecedor traseiro, com preparação oficial, haste e mola maiores, além de inúmeras regulagens. 

O motor do modelo 2023 foi totalmente renovado, mesmo assim a equipe informa que promoveu alterações nos comandos, válvulas, pistão e anéis, virabrequim, caixa de câmbio e em outros itens, como cabeçote e cilindro. Segundo comentários, as mudanças resultaram num acréscimo de 5 cv. As carcaças foram substituídas por peças usinadas (CNC) e o sistema de escapamento é da marca parceira Akrapovic, totalmente em titânio. O sistema de refrigeração também foi modificado, recebendo radiadores maiores e mais resistentes, mangueiras reforçadas e bomba d’água gerando maior fluxo do líquido.

As pedaleiras são construídas pela fábrica, de titânio e com dentes mais “afiados”, além de mais leves e resistentes e com design providenciando melhor posição dos pés do piloto. Na relação encontramos a corrente da Regina e coroa e pinhão da Renthal, sendo que a coroa mais utilizada pelo é a de 50 dentes, que pode mudar conforme a pista. O tamanho do pinhão não foi informado. Protetores de disco dianteiro e de motor e guia de corrente traseira são de fibra de carbono, de fabricação da própria fábrica e da Akrapovic (guias). Os aros pretos das rodas são da Excel, com raios mais grossos (presos entre si) e cubos da Kite, na cor laranja e também mais resistentes.

Yamaha YZ 450F – Calvin Vlaanderen

YAMAHA – A equipe chegava nesta temporada com dois novos nomes na categoria MXGP, com o belga Jago Geerts, que se transferiu para a categoria rainha neste ano, e o holandês Calvin Vlaanderen, que até a temporada passada competiu o Mundial em uma equipe satélite da Yamaha e agora é piloto oficial. Mas lesões afastaram Geerts e Maxime Renaux do campeonato. E para as suas motocicletas, a equipe realizou alterações, similares tanto na 250cc como na 450cc. A começar pelo chassi, que segundo a marca recebeu algumas alterações para oferecer melhor posicionamento para seus pilotos, com estilos de pilotagem distintos, alterando o subchassi e a posição das pedaleiras, além de reforços para torná-lo mais resistente e ao mesmo tempo mais funcional, inclusive para fixar o amortecedor traseiro, alterando seu comportamento, apesar do departamento de competições da marca manter o material utilizado no chassi e subchassi, o alumínio.

O motor recebe tratamento especial da GYTR, departamento de competições da Yamaha: tampas de magnésio, válvulas, pistão/anéis (Vertex), biela e câmbio com especificações superiores e mais justos, para um funcionamento mais preciso, além da embreagem hidráulica (o modelo original ainda mantém o sistema por cabo) com sistema da marca Hinson, tornando todo o conjunto mais eficiente e resistente. Além de peças especiais, o motor foi todo preparado pela GYTR, visando respostas mais rápidas e precisas e casando com o sistema de escapamento da renomada Akropovic, todo em titânio. O sistema de injeção e a ECU foram alterados visando melhores respostas do acelerador e oferecem inúmeros ajustes que variam conforme o circuito.

O sistema de refrigeração recebeu radiadores maiores e mais resistentes a danos, além de bomba d’água e mangueiras novas, oferecendo máxima refrigeração. A caixa de filtro de ar também foi alterada e recebeu nova tampa e filtro especial da marca Twin Air. 

A suspensão foi totalmente alterada, sendo que as motocicletas recebem garfo e amortecedor da Kayaba, de fábrica (sob demanda), com inúmeras peças feitas com materiais especiais, para melhor funcionamento e durabilidade. Tratamento (banho) especial receberam os tubos inferiores das bengalas e haste do amortecedor, para funcionamento mais eficiente (menos atrito e geração de calor) e maior resistência. 

Quanto ao sistema de frenagem, apesar de manter os mesmos cilindros mestres na dianteira e traseira, as peças internas foram substituídas por algumas do sistema da Braking, que também forneceu os discos dianteiro e traseiro, ambos com design diferenciado do original e maior região de contato com as pastilhas.

Destaque também para as pedaleiras de titânio e com desenho especial; mesas usinadas (CNC) da XTrig, modelo Rocs, aliviadas, ainda mais resistentes e permitindo alteração na geometria, para se adequar ao estilo de condução dos pilotos; sistema GET, aros Excel (anodizados em azul, como no modelo original) e mais resistentes, assim como os raios e niples; cubos da Kite, usinados (CNC) e mais resistentes; protetores do motor e da pinça do freio traseiro em fibra de carbono; e, finalmente, corrente e pinhão da Renthal e corrente da RK, e tanque de combustível em fibra de carbono, material também encontrado no protetor do motor. 

Triumph TF 250-X – Mikkel Haarup

TRIUMPH – Claro que outra grande novidade é a estreia da marca britânica no Mundial de Motocross. Depois de apresentar seu modelo de 250cc, a TF 250-X, que encara suas adversárias no maior evento do motocross, contando com os pilotos Mikkel Haarup e Camden Mc Lellan. Não tem sido uma tarefa fácil, mas o modelo já mostrou que tem competência para encarar os oponentes, sendo que seu pilotos conqusitaram pódios nesta estreia no Mundial, sinalizando que o modelo é competitivo. De cara, ele apresenta uma ciclística bem estreita, com leveza suficiente para realçar muito a maneabilidade. O chassi mais fino que os de costume recebe o motor de 250cc totalmente preparado pela fábrica, com carcaças em magnésio, sistema de escapamento Akrapovic, totalmente em titânio, e embreagem Hinson com acionamento hidráulico.

O sistema de suspensão é Kayaba oficial (Technical Touch), com garfo de 48 mm e amortecedor traseiro com regulagens de compressão de alta e baixa velocidades e de retorno. Possui tanque de combustível em fibra de carbono, sistema de freios Brembo com discos Gasfer (270 mm e 240 mm), protetores do motor, discos e pinça traseira em fibra de carbono, aros Excel AGO com cubos em CNC, coroa e pinhão Renhal (assim como o guidão) com corrente RK, mesas XTrig, filtros de ar Twin Air, pedaleiras de titânio, módulo Athena LC-GPA (Launch Control – Get Power Assistance), acelerador Dellorto, câmbio de 5 velocidades e capa de banco Guts com mais grip.

Adalto Gomes Filho

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