Race Test, Exclusivo, Triumph TF 250-X

Race Test, Exclusivo, Triumph TF 250-X

Com total exclusividade, a Dirt Action testou a grande novidade do mundo off-road, a Triumph TF 250-X, lançada recentemente e que caiu nas nossas mãos! Agora você tem a oportunidade de conhecer o modelo que estreou no Mundial de Motocross e, de cara, conquistou dois pódios nas três primeiras etapas! Mas será que o modelo de série é tão competitivo como o da equipe oficial? Acelere com a gente este modelo que está mexendo com o esporte mundial!

A marca britânica Triumph tem em sua história modelos que se tornaram ícones do motociclismo mundial. Com suas características “britânicas”, seus modelos do asfalto conquistam fãs por todo o planeta. Mas a empresa surpreendeu no ano passado ao anunciar o lançamento de um modelo off-road, especificamente para o motocross. Vale lembrar que a modalidade nasceu na Inglaterra, ou seja, a novidade tinha tudo a ver com a marca. Foi o primeiro modelo de um projeto ambicioso, com características 100% próprias da marca.
Para desenvolver esse novo projeto, a empresa contratou ex-pilotos de renome, entre eles, o campeão americano Ricky Carmichael, e o belga Clément Desalle, um dos ponteiros do Mundial de Motocross que tinha se aposentado. Afinal de contas, um projeto dessa grandeza precisava de uma construção digna. Durante meses, a fábrica realizou uma campanha para o lançamento oficial do modelo de 250 cilindradas, que foi divulgado aos poucos. E finalmente, no final do ano passado, ela surpreendeu o mundo off-road ao apresentar seu modelo. 
Na ocasião, a Triumph informou que a TF 250-X possui uma relação potência/peso líder de classe e componentes com as mais altas especificações. Projetado e desenvolvido pelos engenheiros líderes mundiais da Triumph, em estreita colaboração com campeões de motocross, o modelo tem design totalmente novo, com um poderoso motor de alto desempenho e exclusivo chassi de alumínio ultracompactos e superleves, com todos os melhores componentes do mercado montados em uma motocicleta e esquema gráfico distintivo Triumph Racing amarelo e preto.
“O lançamento da TF 250-X é o culminar de um compromisso e investimento significativos da Triumph, não apenas para trazer uma moto totalmente nova para o mundo do motocross, mas para entregar um desempenho vencedor. Para conseguir isso, focamos em entregar o pacote mais completo para qualquer nível de pilotagem, do campeão ao amador”, disse na época o gerente de produtos da fábrica, Steve Sargent.
“Esta moto é 100% Triumph, concebida, projetada, desenvolvida e fabricada pelas nossas equipes líderes mundiais em chassis e motores, com suporte especializado dos nossos campeões de corrida. Começamos com uma folha de papel em branco e iniciamos um design totalmente novo, incluindo um novo motor, novo chassi e novos componentes eletrônicos”, concluiu Steve.
Já Ricky Carmichael afirmou no lançamento que a “TF 250-X é uma moto incrível. Esta é a motocicleta que nos propusemos construir. Quando se fala sobre o chassi, motor e componentes, são os melhores de tudo que você poderia desejar. Quer você seja um piloto profissional ou amador, não ficará desapontado. Adoro esta moto, foi uma honra fazer parte de um projeto com uma marca tão icônica”.
Para conhecer o que esta nova motocicleta oferece, vamos listar suas principais características, a começar pelo visual elegante e moderno, que transmite toda a preocupação da fábrica em construir um modelo de grande performance, mas também com um visual agressivo e com as características dos modelos da marca britânica.
Seguindo para o poderoso e compacto motor, ele tem pistão de alumínio forjado, válvulas de titânio, revestimento DLC (Diamond Like Carbon) de baixo atrito, tampas leves de magnésio e embreagem com mola Exedy Belleville e hidráulica da Brembo. O gerenciamento e ajuste avançados do motor monocilíndrico de 249,95 cc com câmbio de cinco velocidades, são complementados pelo módulo opcional MX Tune Pro, um dispositivo “plug and play” simples que se comunica sem fio com a unidade de gerenciamento do motor e inclui a funcionalidade de diagnóstico e mapeamento selecionável pelo usuário em tempo real.
 
 

O exclusivo chassi de alumínio possui uma estrutura de coluna leve e de alta resistência com berço duplo, projetado para o equilíbrio ideal entre desempenho, massa e flexibilidade. O peso total (104 kg) da moto faz com que a nova TF 250-X estabeleça o que a Triumph alega ter atingido um novo padrão para a melhor relação potência/peso da categoria. Ele também oferece um alto nível de ajuste para se adequar a diferentes pilotos e estilos.

A TF 250-X apresenta componentes premium de primeira linha, somando especificações incomparáveis para uma moto de produção nesta categoria. A suspensão Kayaba está no topo da lista, com garfo AOS de 48 mm, presas por mesas de alumínio (7075-T6) forjadas e usinadas, e amortecedor traseiro de três vias. Os cursos nas rodas são 310 mm (diante.) e 305 mm (tras.).
O sistema de freios é da famosa marca Brembo, com pinça dianteira flutuante de pistão duplo (24 mm) e pinça traseira flutuante de pistão único (26 mm) mordendo discos Galfer de 260 mm (diant.) e 220 mm (tras.). As rodas apresentam aros de alumínio DID DirtStar Série 7000, cubos de alumínio usinado e pneus Pirelli Scorpion MX32 Mid-Soft. Guidão Pro-Taper ACF e manoplas ODI completam a configuração.
 
 

Além do alto nível de especificações já incluídas como padrão, a Triumph trabalhou com as maiores marcas premium para criar uma linha dedicada de acessórios de competição para melhorar ainda mais o desempenho e a capacidade. Esses acessórios incluem: sistema de escapamento da Akrapovic, totalmente em titânio; dispositivo de largada Xtrig; embreagem hidráulica com bomba Brembo; módulo de controle de lançamento Athena LC-GPA, com controle de tração aprimorado selecionável pelo piloto e indicador de LED da rotação do motor; assento e capa de assento; kit plástico de reposição; e o citado módulo Wi-Fi MX Tune Pro.

 
 

A Triumph também informou que a partir da primavera de 2024 (no hemisfério norte), novos centros especializados Triumph Motocross e Enduro serão inaugurados na Europa, Austrália e EUA – a previsão é de 300 inaugurados até o final de 2024. Serão centros off-road especializados, totalmente treinados e dedicados, fornecendo venda, serviços, peças, roupas e apoio às competições.

Tudo bem, o modelo foi lançado. Como poucos puderam ter contato com a motocicleta, poder acelerar esse lançamento histórico seria algo improvável de acontecer rapidamente, e teríamos de aguardar alguns (ou muitos) meses para nosso primeiro contato, certo? ERRADO! Com total exclusividade, conseguimos testar essa novidade mundial! A partir de agora, você acompanha o teste exclusivo da Dirt Action, afinal de contas a DIRT É SEU MUNDO OFF-ROAD!

 

COMPORTAMENTO – Para isso, contamos com a grande colaboração do piloto campeão paulista de motocross, Guilherme Lima, e de Ederson Amorin, que residem nos Estados Unidos, sendo que Ederson foi um dos muito poucos que conseguiram adquirir os primeiros modelos disponibilizados. 

Numa tarde de domingo na ensolarada Califórnia, nos encontramos no Centro de Treinamento de Lake Elsinore para acelerar a novidade. Para vocês terem uma ideia da dificuldade em encontrar um modelo disponível, segundo o Ederson, a FMF entrou em contato com ele para que disponibilizasse a sua motocicleta para o desenvolvimento de um sistema de escapamento.

 

Então, meus amigos, chegou a hora! Vamos juntos, comigo e com o Ederson, acelerar a Triumph TF 250-X para conhecer o seu comportamento e desempenho, e ver se realmente ela tem os mesmos atributos que estão surpreendendo o motocross mundial. 

De cara, impressiona o seu visual moderno, compacto e elegante. E a combinação de cores, com o domínio do preto e detalhes brancos e amarelo fluorescente. Ela realmente é estreita e compacta, propiciando um excelente posicionamento do piloto.

O primeiro contato é muito importante, pelo menos para o psicológico. E logo se percebe toda a preocupação com o acabamento e detalhes que a Triumph colocou no projeto. São muitos os detalhes que lembram as peças do “aftermarket”, como o link, as mesas e os cubos, entre outros. O quadro de alumínio tem formato “tradicional”, pois não segue a linha das japonesas, e deixa a aparência da moto mais leve e estreita. Todas as peças apresentam superacabamento. 

Na parte eletrônica vemos um grande comando para seleção de mapas, controle de tração, controle de largada e quickshift. Achei um pouco grande, ficando um pouco mais exposto em caso de tombos. Mas não deixa de ser legal.

O posicionamento é muito bom e confortável. As pedaleiras estão bem alinhadas com a posição do piloto e altura do banco, cuja capa tem um reforço muito bom, ainda mais para os pilotos que usam bastante as pernas para segurar na moto.

O motor liga muito fácil, logo ao apertar o botão, e ele é muito forte. Subidas rápidas de giro e ganho de velocidade são características bem sentidas. E as mudanças nas configurações da eletrônica, como no controle de tração e mapas, são bem notadas. Em algumas motos, as diferenças são muito sutis, mas não é o caso da Triumph.

Uma coisa que não tem como deixar de fora são as suspensões da Kayaba, que deixam a moto muito segura e trabalham muito bem. Há muitos anos a marca segue com seu mesmo modelo de garfo, que vem sendo desenvolvida nas motocicletas da Yamaha, sem as idas e vindas para o sistema ar. Enfim, as suspensões aumentam muito a confiabilidade na pilotagem, copiando muito bem os buracos de freadas e acelerações e segurando em saltos também. Juntos com as suspensões, temos os freios Brembo, considerados os melhores do mercado e que são muito eficientes, precisos e potentes.

 

O quadro de alumínio traz um pouco mais de rigidez para a moto, mas deixa o conjunto muito estável e gera muita tração, especialmente na dianteira, dando confiança ao piloto. A moto realmente faz bastante curva, tanto em entradas de canaletas quanto em terrenos mais planos e lisos.

Resumindo, a moto surpreendeu para o lado positivo. Isso é muito difícil quando uma marca muda totalmente um modelo, mas a Triumph desenvolveu uma moto do zero que já apresenta muita performance, brigando de igual para igual com todas as marcas conceituadas do mercado. Muito bom para nós, amantes do esporte, e para todo o mercado.

A seguir, acompanhe o depoimento do Ederson. 

“Depois de meses de espera, finalmente recebi a ligação da Triumph, informando que a minha moto tinha chegado. Era uma sexta-feira, por volta das 4 horas da tarde, e corri para buscar a moto. Em seguida, comecei a trabalhar na moto, fazendo os ajustes básicos para o treino no dia seguinte.

Ao começar a mexer na moto, a primeira impressão é de um modelo de muita qualidade e peças de ponta. A parte elétrica funcionou perfeitamente e a moto liga muito fácil. O guidão tem linhas que marcam as posições de ajuste, os freios dianteiro e traseiro da Brembo funcionam perfeitamente e as rodas têm aros DID e cubos polidos, feitos pela própria Triumph.

 
 

A ciclística também me impressionou. Ela é perfeita, dando total controle. Mas a melhor parte dessa moto é a combinação do quando “spine” em alumínio e a suspensão dianteira KYB. A moto é muito estável, você não perde a frente da moto, que não sai debaixo de você e mantém a linha na pista o tempo todo. Mesmo quando você comete algum erro, a moto corrige e volta pra sua mão.

A suspensão Kayaba dessa moto não é a mesma da Yamaha, as partes internas são diferentes. Sendo um conjunto muito estável, a velocidade sobe muito rápido. E lhe dá toda vantagem em uma corrida, por ser uma moto que segura muito bem nas curvas se você entrar forte. 

O melhor de tudo, ela tem um ano de garantia, enquanto outras marcas só oferecem 30 dias. 

Para resumir, estou muito feliz com a moto e me sinto mais confiante para andar rápido. Definitivamente, vou seguir em frente com a marca e acompanhar os próximos passos da Triumph no MX”, finaliza Ederson.

Agora, alguns devem estar se perguntando sobre o modelo de 450cc. Comenta-se que ele está sendo desenvolvido e pode estrear na próxima temporada no Mundial de Motocross. E que a Triumph pode contratar o francês campeão mundial Romain Febvre, cujo contrato com a Kawasaki expira neste ano. Mas só o tempo vai confirmar esses comentários.

ESPECIFICAÇÕES

Motor: monocilíndrico, DOHC, refrigeração líquida
Cilindrada: 249,95 cc
Alimentação: injeção eletrônica Dell’Orto EFI
Transmissão: 5 velocidades
Chassi: de alumínio
Suspensão dianteira: Kayaba, invertida, 48 mm de diâmetro, 310 mm de curso
Suspensão traseira: Kayaba, 305 mm de curso
Freio dianteiro: Brembo, disco Galfer de 260 mm de diâmetro
Freio traseiro: Brembo, disco Galfer de 220 mm de diâmetro
Tanque de combustível: 7 L
Peso (total): 104 kg

Adalto Gomes Filho

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