Top Bike – Honda CRF 450RW – Tim Gajser

Top Bike – Honda CRF 450RW – Tim Gajser

O supercampeão Tim Gajser entrou no gate do Mundial de Motocross 2024 com uma nova Honda CRF 450RW. E ele já venceu com ela neste início de temporada, na abertura do Campeonato Italiano e na segunda bateria do GP da Argentina da MXGP. Acompanhe as principais mudanças da nova versão e os acessórios exclusivos que esta moto vencedora apresenta, e que pode ser a versão da moto de série da Honda para 2025.

Tim Gajser acumula cinco títulos mundiais, sendo um na MX2 e quatro na MXGP, todos pilotando uma Honda. Essa parceria tem sido vencedora e, apesar do ano passado ter perdido grande parte da temporada, por ter fraturado a perna na pré-temporada. E depois de retornar ao campeonato quase em sua reta final, venceu as duas últimas etapas, sinalizando que estava totalmente recuperado da lesão.

Para esta nova temporada, a Honda surpreendeu ao entregar ao piloto uma CRF renovada, depois de quatro anos com a mesma motocicleta. Assim como em 2020, quando ele competiu no campeonato com uma versão totalmente renovada – e o modelo de série recebeu muitas dessas novidades no ano seguinte. Novos plásticos, novo grafismo e um novo chassi encheram os olhos dos usuários fieis da marca e, claro, também os da concorrência, que viram uma proposta bem agressiva.

O novo modelo que Gajser pilota em 2024 apresenta mudanças no chassi. Apesar de parecer similar ao anterior, houve alterações, inclusive no suporte do subquadro, que teve de ser modificado para receber a nova caixa de filtro de ar, bem diferente do modelo anterior. 

 

Outro destaque são os plásticos, com novas aletas de radiadores, com diferentes saídas de ar, que eram horizontais até na versão anterior e agora apresentam desenho vertical, lembrando os modelos das motocicletas Honda dos anos 1990. Os demais plásticos permaneceram similares ao modelo do ano passado, assim como o braço oscilante. Quanto ao motor, visualmente apresenta o mesmo design, mas comenta-se que recebeu refinamentos internos, que serão repassados para o modelo de série.

A MOTO DO MUNDIAL – Vale lembrar que tudo que vemos numa moto factory poderão ser as diretrizes dos produtos que chegarão ao consumidor final, mas também há itens exclusivos para esta moto. É possível ver o tanque de combustível um pouco mais alto que o banco, sinalizando que trata-se de um tanque maior, com maior volume de combustível, essencial numa prova do Mundial. Na moto de Gajser, ele é de titânio, material muito resistente. Ainda na lateral do chassi nota-se a aplicação de material adesivo com mais grip, para colaborar na pilotagem do piloto, dando maior aderência às botas.

No quesito suspensão, a Showa foi mantida. Na dianteira, o sistema BRFC, com ajustes de compressão e retorno por parafusos, um ao lado do outro; no amortecedor traseiro e dourado, o pistão tem um tratamento diferenciado na área que desliza internamente para gerar menos atrito e realizar um trabalho mais uniforme.

As rodas, tanto a dianteira quanto a traseira, continuam apresentando aros DID Black, que dão um toque interessante ao visual da moto, além de serem muito resistentes, com cubos usinados (CNC) e anodizados em vermelho, além de mais resistentes e leves. Neles são montados os pneus da italiana Pirelli, que sempre são preenchidos com mousse. Os freios têm discos em formato “wave”, mordidos pelas pastilhas em pinças Nissin. Na dianteira, o disco de freio é coberto por uma capa de fibra de carbono, sendo que a pinça Nissin é construída a partir de um bloco; na traseira, apenas a pinça de freio tem proteção, de plástico.

Partindo para o motor, é possível perceber que algumas coisas mudaram ao comparar com o modelo de série. No lado direito, onde está a embreagem de acionamento hidráulico da marca Hinson, é possível notar que a tampa é maior, o que denuncia uma quantidade maior de óleo dentro do motor. No lado esquerdo do guidão há um reservatório com um flexível que leva para o bloco. As tampas do motor são de magnésio e a bomba d’agua tem um posicionamento mais vertical.

A parte inferior do motor recebe uma proteção em fibra de carbono da marca CRM. Plásticos e metais foram abolidos definitivamente neste local. A transmissão da potência para a roda é feita por uma corrente DID Gold, talvez uma das mais resistentes do mercado, que envolve uma coroa Sprox com dois materiais – alumínio (no miolo) e aço – visando durabilidade. A guia da corrente é em carbono, uma peça leve e de alta durabilidade.

Outra mudança que chama a atenção é o sistema de exaustão ou escapamento, da marca Yoshimura, modelo RS12. O famoso “bomber” continua nesta versão e está logo após a curva, na parte superior. A ponteira tem a tampa em fibra de carbono.

 

Os radiadores também atraem a atenção. Eles são maiores e aparentam gerar um grande fluxo de líquido para a melhor refrigeração de todo o bloco do motor. Isso certamente contribui para o melhor desempenho do motor, que vai trabalhar sempre na temperatura ideal.

No guidão da marca Renthal há itens que merecem destaque. No lado esquerdo está o botão que desliga o motor, acompanhado do seletor de mapas. No lado direito está a partida elétrica. O guidão é preso por uma mesa exclusiva, forjada para esta moto e diferente de outras mesas especiais, sem ser vazada. E um pouco mais atrás está o tanque de combustível de titânio que falamos, mas com a capacidade não revelada pela HRC. 

Tudo isso faz da Honda CRF 450RW 2024 uma moto totalmente nova, com mudanças bem expressivas que estão ajudando a marca japonesa a manter os primeiros lugares nos pódios e, com certeza, na disputa do título da temporada. Basta esperar mais um pouco para ver se essa parceria entre Gajser e Honda vai render mais um título, o sexto do piloto da Eslovênia, sendo que a Honda acumula 22 títulos mundiais na principal categoria do campeonato.

Adalto Gomes Filho

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