Top Bike, Honda CRF 450RWE, Jett Lawrence

Top Bike, Honda CRF 450RWE, Jett Lawrence

A temporada 2023 foi perfeita para o australiano da Honda, Jett Lawrence, que garantiu nada menos que os títulos do supercross 250SX, motocross 450MX, em seu ano de estreia, e do Mundial de SuperMotocross, sem esquecer o segundo lugar do seu país no Motocross das Nações. E nesta temporada está liderando o AMA Supercross na 450SX, seu ano de estreia na categoria. Apresentamos a Honda CRF 450RWE que o australiano está utilizando no campeonato

Em 2022 a Honda conquistou o tão esperado título da principal categoria do AMA Supercross, a 450SX, com Chase Sexton, feito que não acontecia desde 2006, quando Ricky Carmichael foi campeão. Nos anos seguintes, Yamaha, Kawasaki e KTM se alternaram na conquista. Sexton disputou o título em toda a temporada e finalmente seu momento chegou, mesmo com erros e quedas.

Para chegar ao título, o piloto americano contou com a poderosa e rápida Honda CRF 450RWE, que foi cuidadosamente preparada pela HRC, departamento de competições da marca japonesa. Apesar dos limites na preparação, alguém duvida que esta motocicleta tem muita performance? 

Mas a Honda não conta mais com Sexton para a nova temporada, pois se transferiu para a KTM. No entanto, tem na sua equipe da 450 os irmãos australianos Jett e Hunter Lawrence, ambos estreantes na categoria. E Jett lidera a categoria depois da etapa em Glendale (AZ).

A seguir, vamos juntos conhecer os detalhes da motocicleta que os irmãos Lawrence utilizam no supercross, que apresenta uma longa lista de atualizações de nível elite, baseadas nas máquinas da fábrica da Honda HRC. Se a CRF 450R 2023 recebeu ECU e válvulas de suspensão atualizadas, para melhor dirigibilidade e equilíbrio, respectivamente, a fábrica afirma que a CRF 450RWE é referência clara no que diz respeito a estabelecer tempos de volta baixos.

O motor recebe carcaças de magnésio, mais leves e resistentes, sistema de embreagem da Hinson, com discos e separadores mais resistentes e eficientes, além da tampa permitir maior capacidade de óleo. E ainda: preparação no cabeçote, cilindro e câmbio (5 velocidades), mais pistão da marca Wiseco, válvulas exclusivas, radiadores OEM com mangueiras um pouco mais reforçadas do que as originais e abraçadeiras Oetiker permitindo alguma redução de peso, tampa do radiador de 1,8 bar, filtro de ar Twin Air, mais fino do que o que será utilizado na temporada do motocross, e protetor de motor em fibra de carbono.

O sistema de escapamento é da parceira de longa data Yoshimura, modelo RS12, todo em titânio, com tampa do silencioso em fibra de carbono e curva com “bomber”. Ainda na curva, encontramos a tampa para a leitura de O2, uma ótima maneira da equipe obter informações sobre o desempenho do motor na pista. Lembrando que comprimento e forma do escapamento alteram as características de potência, a Yoshimura desenvolve sistemas de escapamento específicas para as necessidades do piloto. 

No sistema de suspensão, o garfo Kit A é feito internamente na Showa, empresa que dedica um técnico a cada piloto oficial da Honda. Esse técnico conversa com o responsável do chassi (da Honda) para ajustar as funções da melhor forma possível para a habilidade e estilo do piloto. Destaque também para o revestimento no garfo visando melhor funcionamento. Presume-se que o amortecedor traseiro da Showa trabalha com uma mola de titânio, como a maioria das equipes do supercross.

 

OUTROS DETALHES – O sistema de freios recebe pinças (polidas) da Nissin e os mesmos discos da Yutaka encontrados na linha de série. O disco dianteiro, com 260 mm de diâmetro, recebe um protetor de fibra de carbono, que também protege a base da bengala. Ainda no quesito protetores de fibra de carbono, um é utilizado para proteger o motor.

A Honda de Jett utiliza guidão Renthal, modelo FatBar, e uma espuma nas manoplas para evitar lesões nos dedões, além de manetes de freio e embreagem não retráteis (preferência do piloto), tubo do acelerador da Works Connection (mais resistente) e mesas de fábrica anodizadas em vermelho, aliviadas e mais resistentes. A moto apresenta também capa de banco com pregas, para maior aderência.

No lado esquerdo do guidão encontramos um interruptor de mapa de ignição padrão, com o botão que desliga o motor. Próximo ao chassi, no lado direito, existe um botão auxiliar de partida, para o caso do original sofrer uma pane em uma queda. Esse segundo botão dá ao piloto algum espaço de manobra para retomar a corrida. 

O tanque de combustível é o mesmo do modelo de série, de titânio e com mesma capacidade de combustível.

O pedal de freio polido melhora a aparência da motocicleta, e a equipe utiliza um cabo de aço para evitar a dobra do pedal num eventual contato com outra motocicleta. As pedaleiras são usinadas (CNC) a partir de um bloco de titânio, e tem posicionamento alterado para o estilo de pilotagem de Jett.

As rodas possuem cubos HRC, de fábrica, anodizados em vermelho, e aro e raios da DID. Os raios são superdimensionados, para resistirem aos esforços do supercross, mas não estão muito longe do padrão OEM. A equipe não divulga dados do eixo dianteiro, mas é possível que seja de titânio. Ainda na dianteira, encontramos o sistema da Works Connection para travar o garfo dianteiro, para uma melhor largada.

Finalizando, a relação é composta por corrente DID dourada e coroa e pinhão da Renthal, com a quantidade de dentes variando conforme a pista.

Deu para notar que a Honda realizou um grande trabalho nesta motocicleta, com certeza baseada no modelo que Jett utilizou na temporada de motocross e alterações para encarar os desafios do supercross. Memso sendo o ano de estreia de Jett na 450SX, podemos dizer que ele é um forte candidato ao título de campeão americano de supercross.

Adalto Gomes Filho

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